terça-feira, 26 de junho de 2007



O namoro andava célere, todos faziam muito gosto; o clã que freqüentávamos, sua família; a minha não sabia. Garotas pululavam, nunca tinha visto tanta liberdade assim; namorar e sofrer anatomicamente não era mole. Não tinha carro, motéis não existiam, moitas eram na roça, mas já havia casas de “família” de viúvas que para sustentar-se e à família, alugavam quartos. Sofrer? Descompromissar foi a questão.

O que me destes

Três vezes, exatamente, ouvi tristonho,
Dos lábios rubros que a beijar amei,
Palavras que ecoaram no meu sonho,
Na letargia que no momento me encontrei.

Chamaste-me covarde no silêncio bruto,
Que nos minutos ao teu lado atravessava,
Pois não sabias que em tuas mãos, um belo fruto,
Quisera colocá-lo e por isso eu lutava

Pois que te haver com o bem presenteado,
Covarde, é o eco que retumba no homem,
Que corre o risco de o chamarem desalmado.

Que minha atitude mal não te fará,
É bem longínquo e bem futuro,
O dia, belo dia, que a razão te chegará.

* No original.
Niterói, 23 de agosto de 1956

Acho que a razão nunca lhe chegou, porque ainda hoje ao encontrarmo-nos ao acaso,
só não lhe sai fogo nas ventas.

6 comentários:

Tânia disse...

O bom de viver é viver sem razão...
Sei que ás vezes ela até teima, aparece...Mas o delicioso é não seguir...
Beijo aos dois Criadores do Ars Poiesis

Anônimo disse...

OLÁ ...VIM PARAR AQUI...NOSSA QUE TALENTO VC TEM, SEUS VERSOS SÃO EXUBERANTES E MAGISTRAIS, AMEI!!!
TENHA UM LINDO DIA!!!
UM CARINHOSO ABRAÇO, RAQUEL
HTTP://FASCINACAOEMPOEMAS.SPLINDER.COM
TE ESPERO POR LÁ
HTTP://KEKA-DAN.MYBLOG.COM.BR

Luma Rosa disse...

Dácio, como você foi mal!! (rs*) hahaha fogo das ventas!! Beijus, Luma

Anônimo disse...

...desde que mundo é mundo, homens e mulheres são ensinados a ser diferentes, sobretudo no que diz respeito à sensibilidade, ao desejo e às fantasias. Numa relação, geralmente um imagina o outro como na realidade ele não é, e espera dele coisas que ele não pode dar. Certamente, imagina-se tb, que muitas coisas mudaram, no entanto, não é isso que acontece... Na poesia, fica claro que teu passado foi recheado de aventuras e "glórias". Será? rsrs. Beijin Dácio querido!

Loba disse...

Entrar aqui é como abrir meus próprios baús. Porque os seus, levam aos meus! rs...´É Dácio, naquele tempo sofria-se muito anatomicamente. mas fico me perguntando se não era um sofrimento menor que os desencontros de hoje, viu? Apesar de tudo, a gente relaxou e gozou muito, né? rs...
Beijão querido.

Anônimo disse...

Não é justo: eu ainda nem era nascida e tu já espalhando "belos frutos" pelo mundo, hein, Sr. Queridácio? Ainda bem que tu não casou com a mula-sem-cabeça lá, vôte!!!! :-| Bjos, nas bochechas.